Composta em 1977 por João Bosco e Aldir Blanc, “O bêbado e o equilibrista” foi gravada por Elis Regina no disco “Essa Mulher” lançado em 1979. A música faz menção a diversos fatos ocorridos no período, como as mortes sob tortura de Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho, e o retorno dos exilados políticos com a Lei de Anistia editada no mesmo ano de 1979. Por isso, tornou-se símbolo do retorno dos exilados. Presta atenção na letra e aumenta o som com o Cola.
O bêbado e a equilibrista Elis Regina
Caía a tarde feito um viaduto E um bêbado trajando luto me lembrou Carlitos A lua, tal qual a dona de um bordel Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel E nuvens lá no mata-borrão do céu Chupavam manchas torturadas Que sufoco Louco O bêbado com chapéu-coco Fazia irreverências mil Pra noite do Brasil Meu Brasil Que sonha com a volta do irmão do Henfil Com tanta gente que partiu Num rabo de foguete Chora A nossa Pátria mãe gentil Choram Marias e Clarisses No solo do Brasil Mas sei que uma dor assim pungente Não há de ser inutilmente A esperança Dança na corda bamba de sombrinha E em cada passo dessa linha Pode se machucar Azar A esperança equilibrista Sabe que o show de todo artista Tem que continuar
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